A Selva Zapatista

2/25/2010 / 16:28 /



Depois de uma overdose de cultura Maya que nos levou pelos mais importantes templos de Yacatan, começamos a rota que nos irá levar ao ponto mais a sul desta viagem, Copan nas Honduras.



Para lá chegar temos ainda muito caminho pela frente e é esse caminho que temos vindo a degustar nos ultimos dias. De Muna seguimos para a costa do Golfo do México que nos recebeu com um belo almoço de peixinho grelhado e quilómetros de praias desertas.



Percorremos tranquilamente cerca de 200kms de costa até encontrar um bom spot para estrear as hamacas na primeira noite de acampamento desta viagem. Uma praia só para nós, acolhidos por uma palopa de junco e visinhos de uma tartaruga madrugadora e um bando de pelicanos descincronizados.



Os viajantes entusiasmaram-se nas poses do por do sol na "nossa" praia



De manha devorámos mais 200kms de costa pulando de ilha em ilha na reserva natural da Lagoa de Términasç, uma paisagem em quase tudo identica ao Pantanal brasileiro. Nao optamos por um dos restaurantes que ofereciam carne de crocodilo na beira da estrada apenas porque começou uma chuva miudinha que teimava em nos perseguir.



A chuva miudinha rápidamente se transformou em tempestade tropical, e daí a ventos quase ciclónicos foi uma questao de minutos. A melancolica costa do golfo Mexicano mostrou as suas regras e só nos restou optar por nos refugiarmos, direccionando a nossa rota para o interior.



A planicie interminavel do Yucatan dá agora lugar âs primeiras montanhas, a vegetação cresce em tamanho e exuberancia e chuva teima em nao nos deixar em paz. Subimos, subimos muito, a estrada serpenteia por vales estreitos, gargantas profundas escavadas ao longo de milénios pelo mesmo rio que continua a rugir violentamente no fundo do vale. De quando em quando uma pequena vila Maya, aqui não há turistas, näo há lojas de artesanato nem cafesinhos de beira de estrada, estamos no México profundo, no México puro que cada vez mais nos encanta.



Este mesmo México presenteou-nos com uma chuva que nos acompanhou hoje durante todo o dia. Estamos agora numa aldeia perdida no meio da selva dos Chiapas Mexicanos, coraçao do movimento Zapatista encaixado no meio de montanhas enormes forradas por densa floresta.



A chuva intensa apanhou alguns viajantes desprevenidos, o Romero já comprou um casaco quentinho e o seu livro de mergulho afogou-se permaturamente no seu saco nao impermeavel juntamente com toda a sua roupa seca. O Joao Rodrigues comprou umas galochas para substituir as suas botas encharcadas e Fernando é definitivamente o nosso representante junto dos controles militares e policiais, é sempre a ele que mandam parar.



Amanha espera-nos uma exploraçao por um canyon com um quilometros de profundidade, uma visita â preservada San Cristobal de las Casas e uma pernoita numa Hacienda Museu que já alojou a famosa Frida Kalo.

Etiquetas:

2 comentarios:

Comment by TodayAdventure on 28 de fevereiro de 2010 às 11:49

"Nao optamos por um dos restaurantes que ofereciam carne de crocodilo na beira da estrada apenas porque começou uma chuva miudinha que teimava em nos perseguir."

Que história tão mal contada, perder um pitéu desses por causa da "chuva miudinha"! :-D É um prazer ler as vossas linhas desde o conforto sensaborão do lar, cá na terrinha que continua debaixo de chuva há semanas. Tempestade por tempestade, antes andar a desvendar esses mistérios Mayas!

Obrigado pela vossa história e continuação de uma viagem com muitas aventuras.

Zé Paulo.

Anónimo on 28 de fevereiro de 2010 às 20:09

Fernando!! Que disfrute de viaje dios mio!!! Qué paisajes... tan parecidos a los de Nicaragua...

Enviar um comentário