Esta viagem tem surpreendido pela quantidade e qualidade de off road que temos conseguido fazer. Todos os dias, quase metade da rota é por estradas de terra que se estendem por entre morros e vales isolados.
Pistas ininterruptas, algumas com centenas de quilómetros, que nos fazem lembrar as imagens espectaculares do Rally dos Sertões, o Dakar brasileiro.
O isolamento chega a ser absurdo, durante horas não vemos ninguém e só depois de grandes distancias encontramos pequenas vilas quase desertas.
É o caso de Capela do Saco, uma aldeia nas margens do lago formado pela Repressa de Camargos. Aqui a estrada termina e temos de recorrer a uma balsa para passar para a outra margem.
Umas buzinadelas acordam o barqueiro que com um tractor e muito engenho, montou aqui a sua companhia de navegação. Em vez de rodas o seu tractor tem pás que a custo empurram a pesada balsa para o outro lado do lago.
Já diz o ditado que a necessidade aguça o engenho.
Em Ouro preto terminamos o chamado Caminho Velho da Estrada Real. Daqui até ao Rio de Janeiro apontamos ao caminho novo criado para escoar as riquezas de Minas mais rapidamente e de forma mais segura até à costa.
Hoje o caminho novo chama-se BR40 e é uma via rápida movimentada que liga Belo Horizonte ao Rio, com muito pouco interesse. A única coisa boa desta mega-estrada é a quantidade de opções para almoço light, algo que faz falta depois de tantas calorias nos últimos dias.
Assim que conseguimos fugimos da BR40, em vez dela fomos explorando as serras adjacentes que nos levam de volta ao Estado do Rio de Janeiro.
Arrisco a dizer que encontrámos a mais bela entrada no Estado Carioca, depois de uma bela estrada de montanha deparamos com um enorme morro granítico, forrado com floresta tropical, idêntico a tantos outros que forram a baía de Guanabara.
Chegámos a Petropolis ao fim da tarde mas com tempo para absorver a energia desta bela cidade. Cercada por montanhas mantém permanentemente um microclima que sempre agradou à alta sociedade carioca. Abundam palacetes e casas burguesas que forram o centro e envolvem a bela catedral gótica.
Mas o que mais impressiona nesta cidade é a proximidade da floresta que parece invadir a cidade por todos os lados. Qualquer quintal é mais exuberante que muitos jardins botânicos na Europa. A nossa pousada na avenida principal é um bom exemplo, tem uma autentica Amazónia nas traseiras.
A noite é fresca e animada, tem talvez um dos melhores shops artesanais do Brasil e muitos bistrôs super charmosos. Há quem lhe chame a Sintra do Brasil e nós concordamos.
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