O viajante é aquele que aprende caminhando

4/05/2010 / 11:38 /

Texto de Rodrigo Cunha:



Com a calma do deserto vimos nascer o dia em Merzouga, por cima do Erg Chebbi. O pequeno almoço sofreu com a já habitual boa disposição matinal. Um pequeno pedaço de pista conduziu-nos até o alcatrão. Este por sua vez, levar-nos-ia até Imilchil ao final do dia.

O Atlas continua imponente. As aldeias sucedem-se e paramos num local especial. Um "geólogo" local tinha para vender uma impressionante colecção de fósseis, com direito a certificado manuscrito num postal.



A garganta do Todra representa no seu todo este país: uma maravilha da natureza preenchida com uma confusa organizada massa humana.



Da garganta do Todra até Imilchil um percurso misto terra/alcatrão proporciona-nos momentos únicos de prazer. A altitude fresca, sempre acima dos dois mil metros, é-nos favorável à condução. No meio do nada mais uma aldeia e um café que nos proporciona uma cerveja bem gelada. Um luxo no interior do Marrocos muçulmano, mas tolerado pelos três policias locais presentes na esplanada.


O hotel em Imilchil era a imagem da serenidade austera da montanha. Partindo de Imilchil visitamos os lagos dos noivos infortunados. Conta a lenda que surgiram das lágrimas derramadas por estes.





Até Beni-Mellal foi um sobe e desce, com curvas e mais curvas e passagens um pouco molhadas na travessia de ribeiras. A dado momento vejo o tour leader de mapa na mão a solicitar uma indicação a um local que só falava árabe e que, provavelmente, não sabia ler. Se existem momentos de "non sense" deliciosos este foi um deles.


Tendo começado a viagem com um grupo de desconhecidos rapidamente me vi num grupo de bons amigos. Não só o gosto pela aventura de moto foi facilitado mas também o carácter e personalidade do grupo. O apoio dado pela MotoXplorers foi sempre o pretendido. Estivemos sempre na presença do que poderíamos chamar Ying-Yang: por um lado a saudável loucura e desconcertante boa disposição do Enrique e pelo outro a serena racionalidade do Ricardo. O equilíbrio é perfeito, a viagem agradece e nós também.

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