Quem quer passar além do Bojador tem de passar além da dôr

2/10/2011 / 21:54 /



A má sorte mecânica sempre apareceu. Entre os riscos desta viagem, este deve ser o mais presente. Temos noção que aqui, como em qualquer parte do mundo, podemos ter um acidente. Mas achamos sempre que é algo que depende em grande parte de nós, que podemos controlar aumentando a prudência e a atenção.



As complicações burocráticas, perder um documento imprescindível ou algo do género, também são um receio subliminar. Mas a falha mecânica, essa parece que está sempre à nossa espera e não podemos fazer muito para o obviar. A preparação cuidada da moto e uma selecção criteriosa das ferramentas e suplentes ajudam a descansar o espírito. Mas nunca completamente. Vamos sempre atentos ao roncar do motor, aos sinais que a moto nos quer passar.

No caso da imponente KTM do André Policiano, a falha deu-se poeticamente ao dobrar o Cabo Bojador. O André vem bem equipado. Traz ferramenta qb e um leitor de erros que nada reportou. Tivémos trasnportar a moto para Dakhla no carro de apoio.



Outros que dobraram o Bojador mas arriscavam não seguir adiante são uma simpática equipa de três portugueses que também estão a caminho de Bissau num Peugeot 406. Foram apanhados pela crónica falta de gasolina que acontece nas estações de serviço da Estrada Atlântica. Ao fim de 5 horas de espera, desempanámo-los com gasolina e recebemos em troca duas cervejas fresquinhas. Curioso equipamento o deste carro que não tem gasolina extra mas mantém cerveja fresca no Sahara!

À noite desmontámos a moto do André e conseguimos resolver o problema, um filtro entupido. De modo que amanhã continuamos todos para Sul. Estamos a 23 graus de latitude Norte.

Etiquetas: ,

1 comentarios:

Rui Pereira on 11 de fevereiro de 2011 às 12:31

KTM com problemas ???? Isso cheira me a sabotagem !!!!

Enviar um comentário